HIV e aids: entenda como funciona o diagnóstico e tratamento

12, 2022 | Tempo de leitura: 4 minutes | escrito por Willtek

Saiba quais são as diferenças entre HIV e aids e entenda como é realizado o diagnóstico e o tratamento atualmente.

Você sabia que nem todo mundo que tem HIV tem aids? Ao contrário do que muita gente imagina, essas duas siglas não são sinônimos. HIV é a sigla para para vírus da imunodeficiência humana e esse vírus se espalha por meio dos fluidos corporais, afetando células do sistema imunológico. Sem o tratamento, o organismo se torna incapaz de combater doenças e infecções, levando à síndrome da imunodeficiência adquirida (aids).

Apesar de não ter cura, o HIV tem um tratamento que pode evitar que a pessoa desenvolva aids e reduz as chances de transmissão. Hoje, alguém que é diagnosticado com HIV e realiza o tratamento antes do avanço da doença, tem uma expectativa de vida quase igual a de uma pessoa que não está infectada. Quer entender melhor como é realizado esse diagnóstico e como funciona o tratamento? Continue a leitura!

Estágios e sintomas do HIV

Uma pessoa com HIV pode apresentar três estágios, sendo que cada um deles conta com sintomas específicos. Veja:

  • Infecção aguda: esse é o primeiro estágio e pode ocorrer entre 2 e 4 semanas após a infecção. Conhecido como síndrome retroviral aguda (ARS) ou infecção HIV primária, ele é uma resposta ao vírus e tem sintomas similares aos de uma gripe (dores de cabeça, febre, dor muscular, fadiga, entre outros). Nem todo mundo desenvolve essa síndrome e algumas pessoas não apresentam sintomas.
  • Fase assintomática: apesar de ainda estar ativo, o vírus nessa fase se reproduz em níveis baixos, o que pode fazer com que a pessoa infectada não apresente nenhum sintoma. Pessoas que fazem o tratamento podem viver nessa fase por décadas, já a falta do tratamento pode levar ao terceiro estágio rapidamente.
  • Aids: com o aumento da carga viral e os danos no sistema imunológico, a pessoa fica exposta a cânceres relacionados e infecções. São essas condições, também conhecidas como doenças oportunistas, que podem levar à morte, por conta do sistema imunológico debilitado. Entre os sintomas dessa fase podemos citar: cansaço excessivo, febre por mais de 10 dias, suor noturno, infecções fúngicas na boca, garganta e órgãos genitais, perda de memória, confusão mental, entre outros.

Diagnóstico de HIV

Existe mais de um método para realizar o diagnóstico do HIV. Hoje, eles podem ser feitos de forma gratuita e anônima, até mesmo pelo SUS, além de existir também o auto teste, que pode ser feito em casa. Veja abaixo as formas existentes.

Teste rápido

Os testes rápidos são feitos por meio da coleta de uma gota de sangue obtida da ponta do dedo ou fluido oral (saliva). O resultado sai em 30 minutos e analisa a presença de anticorpos anti-HIV. 

Em casos positivos, o paciente pode ser orientado a uma contraprova com exame de sangue para confirmar o resultado.

Autotestes

Como o nome já indica, os autotestes são testes que podem ser feitos pela pessoa em si mesma. Podem ser comprados em farmácias e até mesmo retirados de maneira gratuita pelo SUS em farmácias e drogarias físicas e online. Eles podem usar sangue ou fluido oral, dependendo do tipo de teste.

Exames laboratoriais

Os exames laboratoriais podem avaliar a presença do HIV de formas diferentes: com a presença de anticorpos contra o vírus (teste HIV mais comum), a presença de proteínas do vírus (testes confirmatórios) ou o vírus propriamente dito (PCR e carga viral).

O exame laboratorial mais realizado é o ELISA, que permite identificar os anticorpos no sangue. Apesar de demorar alguns dias para sair, ele tende a ser considerado mais preciso, sendo usado para confirmação de testes rápidos. Além dele, existem também outros exames como o imunoensaios em linha (LIA), Western Blot (WB) e imunoblot (IB). 

Além disso, quem recebe o diagnóstico de HIV ou aids pode precisar verificar os níveis de CD4 (os linfócitos atacados pelo vírus), para ter mais definições sobre o tratamento.

Entenda o que é janela imunológica

Quando falamos em diagnóstico de HIV, é muito importante que as pessoas entendam o processo chamado “janela imunológica”. Considerando que os testes costumam detectar os anticorpos, para que eles consigam detectar o vírus, o corpo já deve ter sido exposto e ter reagido ao HIV, produzindo os anticorpos anti-HIV. 

Isso costuma demorar cerca de 30 dias, portanto, alguém que acabou de ser infectado, não pode ser diagnosticado. 

Tratamento de HIV e aids

O tratamento usado na infecção do vírus HIV é feito por meio dos medicamentos antirretrovirais, que tem como objetivo impedir que o vírus se multiplique, além de fortalecer o sistema imunológico. 

Apesar de não eliminar o vírus do organismo, os medicamentos antirretrovirais (ARV) conseguem proporcionar mais qualidade de vida, ampliar a expectativa de vida, além de evitar o desenvolvimento das doenças oportunistas.

Porém, ele deve ser iniciado assim que o diagnóstico for realizado e a pessoa deve tomar os medicamentos nos horários corretos, além de realizar atividades físicas, manter uma boa alimentação e fazer o acompanhamento para cuidar da saúde de forma geral.

Dia Mundial de Luta Contra a Aids

O dia 1º de dezembro é o Dia Mundial de Luta contra a Aids, uma data que abre a campanha Dezembro Vermelho e tem como objetivo reduzir o preconceito contra a doença. A desinformação ainda causa muita discriminação e pouca gente sabe que as pessoas podem viver com HIV e realizar o tratamento adequadamente, tornando a carga viral indetectável e com risco insignificante de transmissão (em indivíduos com carga viral indetectável há pelo menos seis meses). 

Vale ressaltar, que mães com carga viral indetectável podem transmitir o vírus pela amamentação, por isso, mães que vivem com HIV devem fazer o tratamento com medicamentos antirretrovirais, além do tratamento para inibir a lactação. O bebê deve ser alimentado por meio de fórmula láctea.

Como você pode perceber, o diagnóstico do HIV não é mais uma sentença fatal e, apesar de ser extremamente importante lutarmos pela prevenção, é essencial que as pessoas com esse diagnóstico não sejam mais vistas com repúdio ou sofram exclusão e preconceito.

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