Home care: como funciona, equipamentos necessários e muito mais

Cada vez mais, o ser humano consegue conquistar maior longevidade. Além disso, a tecnologia permitiu que diversas patologias e condições pudessem ser tratadas em casa, proporcionando mais conforto aos pacientes. Com isso, o setor de home care passou a ganhar cada vez mais atenção.

Mas como ele funciona? Para quem é indicado? Do que é preciso para montar um? Essas e outras questões nós responderemos logo abaixo!

O que é home care?

É chamado de home care o tratamento do paciente em casa, seja ele um paciente crônico ( com ou sem dificuldade de mobilização) ou simplesmente em processo de recuperação.  Nestas situações, o paciente e a família podem contar  com profissionais contratados para oferecer os devidos cuidados em casa durante 24h por dia – quando  necessário.

Apesar de similar, o conceito de “atenção domiciliar” se difere, uma vez que o paciente não necessita de cuidados e vigilância em tempo integral.

Em alguns lugares, você também pode encontrar o home care dividido em dois subtipos: assistência domiciliar e internação domiciliar. Enquanto o primeiro se trata de atividades ambulatórias realizadas em casa (curativos, aspiração etc.), o segundo está relacionado a pacientes com maior complexidade assistencial com serviços de técnicos de enfermagem – com ou sem uso de equipamentos.

Para quem serve o home care?

Na teoria, o home care pode ser indicado para todos os pacientes que tenham um condição clínica estável e consigam fazer o acompanhamento em  casa. Em geral, são indicados casos como:

Pessoas de idade avançada

As novas tecnologias na área da saúde, aliadas a melhores qualidade de vida, fizeram com que as pessoas pudessem viver por mais de cem anos. De acordo com a Divisão de População da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2021, mais de 621 mil pessoas chegaram a mais de um centésimo de vida. Para se ter uma noção, em 1960, a expectativa de vida era de 52 anos.

Com o número de idosos aumentando, cresce também a taxa de pessoas com doenças crônicas que precisam de mais auxílio e apresentam dificuldades de locomoção. Para se ter uma melhor qualidade de vida, essa pessoa pode, ao invés de ficar em uma instituição de saúde, receber cuidados em casa.

Pessoas com doenças crônicas

É importante lembrar que não são apenas pessoas idosas que podem ter doenças crônicas. Jovens e até crianças podem apresentar problemas de saúde crônicos e terem dificuldade de se locomover para realizar os tratamentos. Nesses casos, o home care também é uma opção.

Pacientes oncológicos

A Associação Americana do Câncer (ACS) divulgou dados que mostram que em 2020, 19,3 milhões de novos casos de câncer foram diagnosticados. Os tipos mais comuns foram câncer de mama, pulmão, colorretal, próstata e estômago.

Os pacientes oncológicos costumam estar mais vulneráveis à infecção hospitalar e há também o estresse emocional de estar longe de casa, em uma instituição de saúde. Por isso, o home care pode ser indicado nesses casos. Há ainda casos em que os pacientes oncológicos estão incapacitados de forma temporária ou permanente para se deslocar até os serviços de saúde.

Pacientes com cuidados paliativos

Antes, o home care para cuidados paliativos era associado somente a pacientes em tratamento oncológico. Porém, hoje, ele já é indicado para qualquer paciente com doenças ameaçadoras da vida, em qualquer diagnóstico, independentemente da idade e do estágio da doença.

Atenção:

Cabe ressaltar que, se o home care for realizado pelo SUS ou por planos de saúde, existem critérios que são analisados para a sua concessão. Em alguns casos, pacientes que precisam apenas de cuidadores não se enquadram e o custo fica por conta da família. 

Como funciona o home care?

O home care é um tratamento que funciona de maneira adaptada de acordo com cada caso. Ele é realizado por profissionais técnicos em saúde, uma vez que são realizados procedimentos específicos. 

A indicação da internação domiciliar é feita pelo médico e pode ter diversos profissionais envolvidos, incluindo enfermeiro, fisioterapeuta, farmacêutico, fonoaudiólogo, entre outros. Hoje, já podemos contar com a tecnologia para facilitar os processos, que podem incluir o monitoramento remoto, consultas em telemedicina e muito mais.

Quais são os benefícios do home care?

O acompanhamento do paciente em domicílio proporciona muitas vantagens, tanto para os pacientes, como para profissionais e até para as unidades de saúde. Abaixo você confere algumas.

Conforto

O paciente tem como vantagem a possibilidade de ser tratado no conforto do seu lar, junto aos seus familiares, com segurança. Isso pode ajudar a reduzir o estresse causado pela rotina hospitalar.

Redução do risco de infecções e contaminações

Por mais que o hospital siga os protocolos de higienização, o risco das infecções hospitalares ainda existe. Por ser um ambiente em que muitas pessoas com patologias diferentes circulam, ele é mais elevado do que em um ambiente doméstico – desde que este também siga as recomendações de higienização.

Redução de custos

Os hospitais no Brasil costumam ter dificuldade para captar recursos e os custos para manter pacientes crônicos pode ser alto. Por isso, quando o quadro se torna estável e o paciente é elegível para esse tipo de tratamento, o leito fica vago para outras pessoas que precisam.

Ambiente tranquilo

O ambiente doméstico é mais tranquilo e os profissionais podem realizar um trabalho mais eficiente e humanizado, otimizando até mesmo a assistência e evolução no tratamento do paciente.

Quais equipamentos podem ser  necessários?

Cada paciente precisa de equipamentos específicos de acordo com suas condições de saúde. No entanto, os mais comuns são:

Cama hospitalar

Muito usada em casos em que o paciente tem dificuldades de mobilidade, uma vez que permite que o leito seja posicionado em diferentes formas, influenciando na circulação, digestão e na respiração do paciente.

Andador ou cadeira de rodas

Mesmo que o paciente tenha pouca capacidade de mobilidade, em algum momento ele precisará ser retirado da cama, seja para realizar exames que não podem ser feitos em casa ou tomar sol. Por isso, será necessário providenciar equipamentos que auxiliem nessa locomoção.

Cadeira de banho

Essa cadeira é voltada para o uso do vaso sanitário e para o banho. Ao utilizá-la o cuidado com o paciente é facilitado, proporcionando mais conforto e higiene. Ela tem como característica a possibilidade de molhar e ser higienizada de maneira mais prática, sendo um equipamento de home care de grande ajuda.

Bolsas de levantamento

As bolsas de levantamento são essenciais para realizar a movimentação e transferência de pacientes. Elas ajudam a colocar o paciente na cadeira de rodas, na cama e até mesmo suspendê-lo para trocar os lençóis, por exemplo.

Existem diversos modelos diferentes, desde os voltados para pacientes sem nenhum movimento ou aqueles para pacientes que conseguem ficar em pé com auxílio. É possível até mesmo instalar trilhos nos cômodos, facilitando a circulação pelo local. 

Nesses casos, são instalados elevadores que auxiliam na movimentação do paciente. Por fim, existem ainda os elevadores móveis, que são operados por meio do controle manual ou um painel de controle.

Também podem ser recomendados outros itens, como colchão hospitalar, colchão pneumático, monitor de pressão arterial, oxímetros, entre outros.

Normalmente, o hospital entrega uma lista com os equipamentos e suprimentos que serão necessários, entre eles os medicamentos, curativos, além da prescrição dos cuidados e atividades diárias que serão necessários. 

Quanto custa o home care particular?

Os custos do home care depende muito do nível de complexidade de cada caso. É preciso levar em consideração que pode ser necessário o acesso a uma equipe multidisciplinar, além de equipamentos e pensar ainda na estrutura da casa. Em alguns casos, é preciso realizar adaptações como inserir rampas e portas mais largas nos cômodos.

Em alguns casos, os planos de saúde e o SUS fornecem assistência, mas ela,  irão depender da disponibilidade. Por isso, é preciso buscar mais informações de acordo com cada caso.

No entanto, é inegável que estar perto da família, em sua casa, longe dos hospitais e com assistência profissional pode beneficiar no tratamento de modo geral, justificando os custos.

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