
Metas internacionais de segurança do paciente: quais são e como funcionam?
Você já ouviu falar nas metas internacionais de segurança do paciente? Elas foram criadas com o objetivo de promover mais segurança para o paciente, usando soluções baseadas em evidências. Considerando que comemoramos no dia 17 de setembro o Dia Mundial da Segurança do Paciente, que tal aprender mais sobre essas metas, como elas funcionam e como você pode colaborar? Venha conosco!
Para que servem as metas internacionais de segurança do paciente?
Quando falamos sobre a segurança do paciente, é preciso ressaltar que este é um trabalho de todos, incluindo o próprio paciente, os profissionais da área da saúde, as instituições, pesquisadores e todos os outros envolvidos.
As metas internacionais de segurança do paciente foram criadas com o objetivo de estipular padrões globais que promovessem a segurança dos pacientes nos ambientes de saúde. Eles podem evitar ações que causam acidentes como administração incorreta de medicamentos, quedas, erros em procedimentos cirúrgicos, entre outras.
Quais são as metas internacionais de segurança do paciente?
As 6 metas internacionais de segurança do paciente foram desenvolvidas pela pela Joint Commission International (JCI), uma entidade sem fins lucrativos dos Estados Unidos, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao aplicá-las, as instituições conseguem estabelecer processos que promovem uma maior segurança do paciente, além de melhorar o atendimento. Abaixo você confere cada uma delas.
1. Identificar o paciente corretamente
A primeira meta é a identificação adequada do paciente, uma vez que isso pode ajudar na confirmação de que a pessoa certa está recebendo os serviços realizados (oferta de medicamentos, exames, tratamentos, cirurgias, entre outros).
Essa identificação deve incluir, no mínimo, três informações: número do prontuário, nome completo e data de nascimento. Ela é realizada assim que o paciente chega ao local.
Erros de identificação podem ser fatais, por isso, é extremamente importante que essa etapa seja cumprida e que os profissionais confiram a identidade do paciente em todas as fases do tratamento.
2. Melhorar a eficácia da comunicação
A comunicação eficiente é importantíssima em toda a unidade de saúde, seja entre o médico e o paciente ou entre os profissionais. De acordo com o Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente, a comunicação ineficaz está entre as causas-raízes de mais de 70% dos erros na atenção à saúde.
Isso inclui a falta de comunicação, a comunicação inadequada e até mesmo o não entendimento do que se precisa comunicar. Imagine que o paciente não entende o tratamento descrito pelo médico ou que o médico não compreenda as queixas do paciente, ou mesmo que o enfermeiro não entenda as instruções do médico sobre algum procedimento específico.
Todas essas situações, quando feitas de forma incorreta, podem levar a problemas graves. Por isso, é importante que todas as partes questionem e tirem dúvidas quando não estiver claro o que foi dito.
3. Melhorar a segurança dos medicamentos de alta vigilância
Medicamentos de Alta Vigilância (MAV) são aqueles que representam riscos elevados e até mesmo óbito, quando são administrados de maneira incorreta. Por isso, algumas medidas precisam ser adotadas para que o processo de administração seja feito da melhor maneira possível.
Essas medidas podem incluir desde a padronização de procedimentos para armazenamento, movimentação e utilização de medicamentos, até a dupla checagem e envolvimento de pacientes e familiares para esclarecimento de dúvidas.
Os medicamentos incluídos nessa classe ficaram conhecidos pelo mnemônico “A PINCH”, que significa “uma pitada” em inglês. Essa estratégia serve para memorizar quais são os medicamentos de alta vigilância.
Fonte: Boletim ISMP
4. Assegurar cirurgias com local de intervenção correto, procedimento correto e paciente correto
Já imaginou entrar na sala de cirurgia para realizar um procedimento na perna esquerda e operar a direita? E se retirassem a sua vesícula, quando, na verdade, seu colega de quarto é que precisava passar por esse procedimento?
Ninguém deseja isso. Por este motivo é que a quarta meta de segurança do paciente trata de ter certeza de que as cirurgias serão realizadas no local correto, com o procedimento correto e o paciente correto.
A equipe do hospital precisa conferir os dados do paciente, bem como o motivo do procedimento e o termo de consentimento para que ele seja realizado. Depois, cabe ao paciente obedecer todas as instruções médicas para que a recuperação ocorra sem imprevistos.
5. Reduzir o risco de infecções associadas a cuidados de saúde
Lavar as mãos é uma tarefa simples, mas que pode fazer a diferença entre a recuperação e o agravamento do estado de saúde de um paciente. De acordo com o Ministério da Saúde, a taxa de infecções hospitalares atinge 14% das internações e a maior parte delas poderia ser evitada com a higienização adequada das mãos.
Também conhecidas como Infecção Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), elas são consideradas quando adquiridas após 72 horas da admissão do paciente, se manifestando durante a internação ou após a alta.
Em ambientes de saúde, existe o risco da contaminação por microrganismos simples ou multirresistentes (que não respondem a qualquer terapia antimicrobiana). Por isso, é importante que os profissionais realizem a higienização adequada, além de fazer o correto manuseio de cateteres, isolamento entre pacientes (quando necessário) e monitoramento dos antibióticos ministrados.
Se você é profissional da área da saúde, confira o Manual de Referência Técnica para Higiene das Mãos feito pela OMS.
6. Reduzir o risco de danos ao paciente, decorrente de quedas
As quedas podem significar um risco considerável para os pacientes. Para evitá-las, diversas medidas podem ser implementadas, como a adaptação da estrutura física e do mobiliário, uso de tapetes que não escorreguem, sinalização visual e até mesmo classificação na identificação do paciente de acordo com o procedimento que ele realizará.
Pacientes em jejum ou que passaram por procedimentos com anestesia geral, por exemplo, podem precisar de um cuidado ainda maior do que aqueles que não estão nessas condições. Além disso, os profissionais precisam ser treinados para compreender a importância de conduzir as situações, orientando pacientes e acompanhantes.
Fonte: JCL
Como implementar o protocolo de segurança do paciente?
No Brasil, as metas internacionais de segurança do paciente serviram para a criação do Programa Nacional de Segurança do Paciente, criado pelo Ministério da Saúde em 2013. Porém, cada instituição tem liberdade de implementar as metas de acordo com o que funciona melhor.
Com uma busca rápida na internet, é possível identificar como grandes ambientes de saúde implementaram processos para otimizar a segurança de seus pacientes. Eles também utilizam essas estratégias como diferenciais.
Além disso, essas metas podem ser acompanhadas e monitoradas, com o objetivo de aperfeiçoar os processos e buscar sempre alcançar resultados melhores. Por exemplo:
Se um hospital busca reduzir o risco de lesões decorrentes de quedas, ele pode implementar medidas para minimizá-las Depois, pode registrar o número de casos que ocorrem no mês, estabelecendo uma meta e comparando com um padrão para checar se essas medidas podem ou não ser otimizadas.
E se eu for o paciente?
Os pacientes também precisam envolver-se ativamente em seu próprio cuidado. Afinal, uma infecção hospitalar também pode ser causada pela falta de higienização do próprio paciente em ambiente hospitalar. Além disso, outros problemas podem ocorrer, como interação medicamentosa ou acidentes e alergias, por conta da falta de comunicação do paciente para com o médico.
Para que o tratamento aconteça de modo eficiente, os profissionais de saúde precisam ter acesso ao seu histórico de saúde, com informações precisas e realistas. Caso contrário, podem ocorrer problemas que seriam completamente evitáveis.
Preocupação com a experiência do paciente
Cada vez mais, existe uma preocupação em tornar a experiência do paciente segura e confortável. Com a mudança de comportamento liderada pela transformação digital, o paciente obteve um poder muito maior de falar sobre a satisfação com o atendimento, tanto para elogiar, como para criticar.
Por isso, obviamente a segurança ainda é uma prioridade, mas é preciso chegar além dela. O uso de equipamentos mais modernos e seguros podem fazer toda a diferença na hora de realizar os procedimentos. A tecnologia é, mais do que nunca, uma aliada e deve ser considerada como tal.
Já é possível contar com equipamentos específicos como a mesa cirúrgica especializada, acessórios para centros cirúrgicos que facilitam o processo, aparelhos de anestesia e oxímetros de última geração, entre outros.
Com uma tecnologia eficiente implementada, manutenções em dia e as metas internacionais de segurança do paciente bem estabelecidas, as chances de tratamentos seguros e pacientes satisfeitos aumenta exponencialmente.
Confira agora mesmo um conteúdo em que falamos mais sobre as mesas cirúrgicas especializadas e saiba como elas podem contribuir para procedimentos mais eficientes e facilitados.
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Fontes:
https://www.jointcommissioninternational.org/standards/international-patient-safety-goals/
https://bioemfoco.com.br/noticia/infeccao-hospitalar-brasil/