Conheça as principais posições cirúrgicas e sua importância

01, 2023 | Tempo de leitura: 4 minutes | escrito por Willtek

As posições cirúrgicas são responsáveis por tornar o campo cirúrgico mais acessível, facilitando o procedimento e fazendo com que os riscos da cirurgia sejam reduzidos. Além disso, a escolha adequada da posição cirúrgica também pode reduzir o tempo cirúrgico e, consequentemente, a administração de anestésicos, evita que o pós-operatório seja traumático e doloroso, reduz as chances de escaras e riscos pós-cirúrgicos, como a trombose.

O paciente é posicionado antes ou depois de ser anestesiado (depende da posição e necessidade), levando em consideração o tipo de cirurgia a que ele será submetido. Se você deseja saber quais são as principais posições cirúrgicas, o que deve ser verificado antes do posicionamento e outras questões, continue a leitura!

O que levar em consideração antes de colocar o paciente nas posições cirúrgicas?

Antes de optar pela melhor posição cirúrgica, é preciso levar em consideração fatores muito importantes como:

  • A cirurgia a ser realizada e a área de atuação do cirurgião; 
  • A possibilidade de realizar  fluoroscopia (captação de imagens em tempo real);
  • Facilidade de movimentos respiratórios – o paciente não pode ter a respiração prejudicada, principalmente se houver dificuldades respiratórias.
  • Evitar a compressão de terminações nervosas, órgãos, proeminências ósseas e vasos sanguíneos – esse cuidado tem como objetivo evitar isquemias e lesões no paciente.
  • Não deixar os membros pendentes, nem em contato com partes metálicas da mesa – esses detalhes podem fazer toda a diferença para o conforto posterior do paciente. 
  • Evitar distensões musculares e hiperextensão dos membros.

Tipos de posições cirúrgicas

Agora que você já sabe como promover conforto e segurança do paciente, vamos falar das posições cirúrgicas. Existem diversas delas e, geralmente, é escolhida pelo cirurgião responsável e pelo anestesiologista. Enquanto o campo visual e o manejo devem ser facilitados para o cirurgião, o anestesiologista precisa analisar os sinais vitais e conforto do paciente. 

Decúbito dorsal (Supina)

É a posição em que o paciente fica deitado de costas, com a barriga para cima, as pernas estendidas e os braços também estendidos, apoiados em talas ao lado do corpo. O dorso e a coluna vertebral ficam repousados na superfície da mesa, a cabeça e a coluna cervical precisam ficar relaxadas e as articulações dos joelhos não podem ficar muito distendidas. É uma posição muito comum para indução de anestesia geral e cirurgias abdominais.

Decúbito ventral (Prona)

O paciente fica deitado com o abdômen para baixo e os braços ficam para frente, apoiados em talas. É usada para cirurgias da coluna lombar, tumor cerebral, entre outras. Ela também foi muito utilizada durante a pandemia de covid-19. 

A cabeça deve ser posicionada de modo que a coluna cervical fique em posição neutra, além disso, é preciso posicionar o tórax de modo que reduza a pressão intra-abdominal e permita a respiração normal. Os travesseiros laterais podem facilitar o acesso do anestesiologista.

Decúbito lateral (Sims)

O paciente fica deitado de lado (esquerdo ou direito), com a perna que estiver do lado de cima flexionada e apoiada na superfície de repouso. É necessário utilizar coxins firmes e fitas para estabilização da posição lateral. Esses cuidados permitem conforto lombar e evita o contato entre estruturas ósseas, para facilitar o fluxo sanguíneo da região. É comumente utilizada em cirurgias renais, pulmonares e em intervenções ortopédicas nos quadris. 

Posição  de Trendelenburg

É uma variação da posição Prona, em que o paciente fica deitado de costas, com a barriga para cima, porém, as pernas ficam mais elevadas, enquanto a cabeça fica mais próxima ao chão. Essa posição mantém as alças intestinais na parte superior da cavidade abdominal e oferece uma visualização melhor dos órgãos pélvicos durante a abertura ou cirurgia laparoscópica no abdômen inferior.

É importante saber que essa posição pode interferir na respiração, já que as vísceras abdominais estão pressionando o diafragma.

Posição  de Trendelenburg Reversa (Proclive)

É a mesma posição que a anterior, com a diferença de que a cabeça ficará elevada e os pés ficarão mais próximos do chão. A exposição operatória fica melhor, uma vez que as vísceras estão sendo empurradas para baixo, por conta da gravidade. Além disso, a pressão sanguínea cerebral também é reduzida. Por isso, é muito usada em cirurgias de abdômen superior e cranianas.

Posição Litotômica (Ginecológica)

Nessa posição, o paciente é colocado em posição dorsal, a seção dos pés da mesa cirúrgica é abaixada completamente, os membros inferiores são elevados e apoiados em perneiras metálicas, para haver exposição da região perineal. Ela assegura que haja uma superfície de suporte para panturrilha e joelho e deixa os calcanhares livres, enquanto os pés e joelhos ficam alinhados ao ombro oposto.

É usada para exames, inserção de cateter, cirurgias de órgãos genitais externos e internos, parto, entre outros. No entanto, essa posição é desconfortável e deve ser usada apenas pelo tempo necessário.

Posição Fowler (Sentado)

Nessa posição, o paciente fica semi sentado na mesa de operação. É preciso ter cuidado para que a posição adotada seja ergonômica para o paciente e que ele esteja sobre as dobras da mesa adequadas, com a cabeça em um suporte específico, joelhos na altura dos cotovelos e os cotovelos apoiados nas coxas. Os pés devem ter um apoio que evite que eles fiquem pendentes. É uma posição bastante usada para o conforto do paciente quando existe a dispnéia.

Posição de Canivete (Kraske)

Primeiro, o paciente é colocado em decúbito ventral, com os quadris apoiados em uma almofada sobre a dobradura da mesa que, por sua vez, é flexionada a 90 graus, para elevar os quadris e deixar a cabeça e a parte superior do corpo inclinada para baixo. É muito indicada para procedimentos proctológicos (região  do intestino grosso, do ânus e do reto).

Essas são algumas das principais posições cirúrgicas utilizadas em hospitais, mas é válido lembrar que elas podem ser encontradas com outras nomenclaturas, dependendo do local em que está sendo referenciada, por isso colocamos algumas variações entre parênteses.

Mas, você sabia que já existem mesas cirúrgicas especializadas em procedimentos específicos que facilitam as posições cirúrgicas? Fabricadas em aço carbono, elas não necessitam do reposicionamento do paciente para obter imagens específicas.

Nós falamos sobre elas em nosso artigo “Por que escolher uma mesa cirúrgica especializada? Saiba agora!

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